19 de novembro de 2011
Era quase uma da manhã quando as sirenes soaram em tom assustador. Mas essa pequena estória havia se iniciado muito tempo antes, no primeiro aniversário de casamento de Guiomar e Joaquim, há vinte anos.
Naquela ocasião, Joaquim trouxera de presente à esposa, que lhe havia presenteado com seu perfume predileto – coisa fina! – um liquidificador.
12 de novembro de 2011
Era uma véspera de Halloween, quase meia-noite, quando na casa da família a menina se pôs a gritar, a produzir um som estridente que a todos fez acordar:
— Papai, mamãe... Um ET – gritava a criança infernal em seu tom.
Os pais correram, afinal, pela frase desconexa e fantasiosa, deveria estar a arder em febre, em pleno delírio.
Mas de fato era, em bem puderam aferir, um extraterrestre, bem apessoado, de vestimenta impecável – um terno de linho do mais puro que há no universo, gravata vermelha e uma côr de pele insuportavelmente verde.
3 de novembro de 2011
É o pulsar d’asas doudas dentro de cada um, que nos faz retirar a viseira que nos é imposta... E n’um ruflar, ao som das penas pairando no ar, avista-se os matizes mais belos que cingem este pobre mundo que está.
Aprendi, com esta palavra tetra consonantal e tetra plural, a me atirar nos abismos da mente, dos cumes da vida sem o temor de me desconstruir. E assim, no vagar em que corre o ponteiro, quero desconstruir mitos, as meias verdades adotadas como inteiras...
3 de setembro de 2011
Esta foi uma semana simbólica, uma semana para não ser esquecida. Nessa semana assistimos bestializados a consagração do desleixo estatal. Já não mais é possível ocultar o descaso do Estado com seu povo e seu território.
E para quem pensar que me refiro ao Berlusconi, ledo engano, o primeiro ministro italiano foi apenas o porta voz. Aqui, em terras tupiniquins, o descaso do poder Estatal prossegue infinitamente maior e pior que na Itália.
As condições de trabalho estão cada vez mais degradantes em todos os setores. Mais do que nunca em nossa história somos deflagrados por políticas públicas que insistem em diminuir a capacidade dos trabalhadores, amordaçando-lhos.
22 de agosto de 2011
Não me importa que o mundo esteja cego, pois eu continuarei a ver que as desigualdades, e só estas, tornam-no aquilo que é: duro, frio, árido e sem fé.
Não me importa, principalmente, que as pessoas mantenham sua fé, eu continuarei cético na guerra, na fome, na inércia e na autodestruição em nome de Deus. Quem foi que recebeu procuração pra dizer em seu nome?
Não me importa que todos sejam consumistas, porque eu continuarei acreditando em uma sociedade sem capital, onde todos plantam e dividem, onde a fome não tem espaço sequer nos dicionários.
Não importa que democracia vença, pois em minha alma, manterei o signo do douto pincel da anarquia, e nela vencerá a paridade plena entre os seres humanos, sem hierarquias, sem mandamentos... Pleno bom senso!
14 de agosto de 2011
São muitas as notícias assustadoras nos últimos dias e esta enxurrada de péssimas novas poderá nos fazer pensar erroneamente que o mundo está de cabeça para baixo. Bobagem! O mundo sequer possui uma cabeça... E já faz tempo!
Os cérebros de todo o mundo oxidaram, entraram em estado putrefato de demência absoluta, vegetam de forma altamente perniciosa.
13 de agosto de 2011
Devemos humanizar a humanidade,
devemos amoldar o mundo,
devemos aniquilar os males,
devemos viver só esse segundo.

Devemos não nos matar,
devemos não por fogo em Roma,
devemos verdades derrubar,
devemos ser relativos...

Devemos ser Anarquistas,
devemos ser alquimistas,
devemos poupar a água,
devemos reflorescer.

12 de julho de 2011
Nos últimos dias ouvi diversas teorias sobre a forma de se educar, teorias de como deve ser a educação em nosso país e qual deve ser a forma de agir do professor. E em meio a tantas teses pessoais que me despertaram asco, oriundas de mentes vulgares e indolentes, que não compreendem a realidade que os cerca e explanam sobre métodos não de educar, mas de criar robôs, colocar uma geração na mesma forma ocidental onde todos devem caber, padronizando pessoas, que embora sejam diferentes por natureza devem ser iguais e caber nessa forma de padrões esperados, como já disse anteriormente.
Verdade seja, então, dita. Nos últimos anos acompanho intimamente os passos senis e enfermos a que anda a educação no Brasil e no Estado de São Paulo e, digo-lhos, estamos a fazer tudo da maneira mais sórdida. É necessário abolir o método de ensino por apostilas e devolver o conhecimento e o poder da sala de aula ao professor, pois a este compete ministrar as doses de conhecimento. Educação, a base estrutural, deve ser fruto da convivência familiar, pois compete aos pais esse poder de inserir o discernimento em sua prole.
10 de julho de 2011
Acordei de um sonho, uma epifania... E por um segundo o mundo fez sentido justamente por não ter sentido algum aquilo que vi em mente minha.
Éramos todos iguais, num mundo igual ao nosso, com mesmos velhos retratos, tudo estava em seu perfeito lugar...
E no correr de uma folha ao vento, via a terra do espaço... E me indaguei: O que somos?
E surpreendentemente percebi uma resposta sem nexo, que fazia um bom sentido!
Cada planeta era uma minúscula parte do núcleo de um neurônio, e cada constelação era uma memória de um momento da humanidade, como Hércules com sua espada. E pensando assim, quase sem pensar, cada galáxia formava um neurônio inteiro e juntas formavam um cérebro de um ser fantástico, inimaginável, mas que imaginei. E tudo que conhecemos, desde a minúscula partícula medida em nano até as muralhas da china, da micro bactéria ao ser humano, tudo era mera imaginação dessa grande mente deste ser.
16 de abril de 2011
Percebi, como se fazia antigamente, antes de medidas absolutas e verdades que nos devem caber, o que de fato é puro e inato da espécie que sou.
Não sei se certo ou errado, apenas constatei, contrariando parcialmente a verdade preestabelecida.
13 de abril de 2011
Depois de muito pensar e analisar, sou obrigado a concordar com Rousseau: “O Homem é bom por natureza”. Todavia, a racionalidade deste ser o torna mal por excelência. Isso que se nomeia loucura é a manifestação da racionalidade humana.
Sigmund Freud dividia a mente humana em três partes: Ego (o centro da consciência), Superego (o inconsciente que pondera os desejos do ser) e o ID (uma caixa de pandora instintiva). Entretanto, sou obrigado a discordar, pois com apenas duas divisões se pode compreender o Homem: A Racionalidade e a Irracionalidade.
29 de março de 2011
É como um jogo, um brinquedo mental, que do branco papel, bege pergaminho, aos poucos se dá a cor, preenche-se c’oas letras que, sós, são apenas caracteres sem razão e juntas formam palavras ressoando no eco da eterna ilusão!
Apenas palavras, que soltas, nada dizem mais do que a si e, assim, solitárias, egoístas, que soam seu próprio som... Nada são!
Palavras existem em todo canto, é, pois, o invento mor da medíocre humanidade, mas se bem urdidas dão uma liga, formam elos em parágrafos. Parágrafos de palavras feitas de letras que, sem intuito, são só parágrafos de leveza e superficialidade sem um porquê. Dizem nada, gastando o espaço no papel onde poderiam dizer tudo... Ou quase tudo...
25 de fevereiro de 2011
Tive o infortúnio de presenciar um simpósio sobre a política nacional de redução de resíduos sólidos. Sei que é utópico, mas ainda possuo a capacidade de me indignar em face de absurdos.

Vivemos na era aonde defender o meio ambiente é a moda, uma excelente plataforma a seguir para quem almeja algum cargo eletivo, tema perfeito para demonstrar intelectualidade, porém, tudo infinitamente raso.

Não... O tema não é encarado com a seriedade que demanda, e a ridiculez se perpetua no dantesco cenário de destruição.
Lembro-me quando em 2005 realizei uma pesquisa sobre o inventor francês Guy Nègre, e seu magnífico invento: o carro movido a ar-comprimido. Sim, seria uma excelente alternativa ambiental, mas tudo, absolutamente tudo que envolve questões ambientais esbarra n’uma enorme barreira: não é nem um pouco interessante para os sheiks do petróleo, pois inventos como esse mexem diretamente no bolso de gigantes da economia mundial.
24 de fevereiro de 2011
Mais uma vez se abriu a lona, acendeu-se as tochas e o grande circo de horrores recebe com riso irônico seus espectadores apáticos.
Esta foi uma semana triste para quem assistiu a quebra de braço entre Senadores para uma conclusão no que tange ao aumento do salário mínimo.

Em fins desta noite foi aprovado o valor final, fixado em quinhentos e quarenta e cinco reais, o menor aumento real desde 2003, quando do início da era Lula.
Passada a campanha eleitoral, fica bem claro que a presidenta Dilma Rousseff tem sim um governo próprio, sua própria base aliada no legislativo e, principalmente, que a sombra de Lula já não mais a acompanha.
É vergonhoso não em si o valor do piso salarial definido na noite de hoje, mas uma série de fatores que envolvem essa questão.

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Músico, Escritor, Anarquista e estudante de Direito (embora seja paradoxal). Um idealista, em busca do compreendimento das cousas mais banais que nos rodeiam.