14 de agosto de 2011
São muitas as notícias assustadoras nos últimos dias e esta enxurrada de péssimas novas poderá nos fazer pensar erroneamente que o mundo está de cabeça para baixo. Bobagem! O mundo sequer possui uma cabeça... E já faz tempo!
Os cérebros de todo o mundo oxidaram, entraram em estado putrefato de demência absoluta, vegetam de forma altamente perniciosa.
Nessa última semana, os malditos pôneis imperialistas viraram febre na internet, a aparvalhar e infantilizar o público, a desviar o foco do relevante e a criar uma necessidade absolutamente desnecessária.
Essa semana me trouxe a certeza de que o mundo caminha em rumo do terror, ao desespero, que você, leitor, pode aferir por meio da balburdia instaurada na Inglaterra. Garanto que não há primavera nem no Oriente, nem no infecto Ocidente, trata-se, pois, de um terrível inverno.
Esse desespero europeu se torna o desespero do mundo todo por um simples fator histórico, cíclico.
A última grande crise econômica na Europa, durante e após a Primeira Grande Guerra, levou o mundo ao abismo, direto para os dentes de duas feras abomináveis: a ascensão do capitalismo norte-americano e o domínio dos Estados governados pela extrema direita fascista, com Mussolini na Itália, Franco na Espanha, Salazar em Portugal, Vargas no Brasil e o pior de todos: Hitler na Alemanha nazista.
Atualmente, enquanto a esquerda política e os camaradas dormem em todo o mundo, a extrema direita alicia despudoradamente os jovens, frutos de uma educação que não educa e de toda uma sociedade alienada.
Esse retrato é aferível numa breve, e triste, busca sobre esses tópicos nas redes sociais, onde o capitalismo corrompe e agrilhoa as mentes mais tenras e ignóbeis. O mais irônico é perceber que o poder da comunicação ofertado pela internet é também utilizado como poder de controle social do Estado Burguês, que permanece pétreo e indestrutível.
A direita liberalista, no sentido pleno desse termo, que os jovens erroneamente costumam confundir com liberdade – tola confusão! – é a grande responsável pela direita dos anos 30, pelos horrores do nazismo e por fanáticos, nacionalistas e xenófobos, como o atirador norueguês, que defendem com a própria vida a sua condição escrava de grandes capitalistas.
O capitalismo, essa corrente liberalista, utiliza sua mão livre para arrebatar os filhos e filhas da ignorância por eles imposta. Sei que a analogia é arcaica, mas são, com efeito, como bois que morrerão à mercê dos desígnios da classe dominante – de seus interesses comerciais – sem saber a força que possuem para acabar com as desigualdades.
Esse espectro se alimenta da cousa mais perigosa que o trabalhador possui: o sonho. O sonho de ter, de comprar, de ficar milionário; mesmo tíbio sonho do pequeno burguês em manter sua condição estável. Ambos, o trabalhador e o pequeno burguês, são dopados pelo ópio da fé e pelo ópio da tolice, traficados em dosagens incontáveis e inimputáveis pelo poder do Estado, a quem convém, e pelo poder da Igreja, que lucra mais.
O ópio da tolice mantém as classes desfavorecidas alheias ao valor do que produzem, fazem de tudo para que o trabalhador não saiba que para cada centavo que ganha o grande capitalista ganha milhões.
Resta, então, agarrar-se no ópio da fé, responsável por manter o povo crente, sem questionar, submissos a um Deus quase Estado. Seguem vendados e vendidos, mantendo o lucro daqueles que vendem Deus, em cada esquina, aos desesperados.
Assim, temos de engolir o triunfo do capitalismo, que se incumbe de transformar os mártires, que lutaram pelos trabalhadores, em bandidos. Sempre foi assim, marginalizam os heróis do povo – como Karl Marx, Pagú, Oswald de Andrade, Luís Carlos Prestes e tantos outros – e triunfam como mocinhos da estória, puritanos em defesa do Estado.
A grande questão é que o povo precisa ser defendido do Estado, e não o oposto!
A última campanha publicitária do Partido Democratas, aquele do mensalão do Democratas, consagra a alienação e chama o cidadão de ignorante e desmemoriado em tentativa de engodar o jovem para essa direita política que leva o mundo ao abismo.
Mas, a população entorpecida com os múltiplos ópios e vítima constante da cegueira crônica, preocupa-se somente com a celebridade decaída em algum reality show.
Posto que não há solução, que chegue logo 2012 e o apocalipse, e que destrua tudo, pois não se perderá grandes cousas. 

Eduardo Cantos Davö

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Músico, Escritor, Anarquista e estudante de Direito (embora seja paradoxal). Um idealista, em busca do compreendimento das cousas mais banais que nos rodeiam.