Novas Diretrizes: Ensaio Sobre a Mente Humana

Depois de muito pensar e analisar, sou obrigado a concordar com Rousseau: “O Homem é bom por natureza”. Todavia, a racionalidade deste ser o torna mal por excelência. Isso que se nomeia loucura é a manifestação da racionalidade humana.

Sigmund Freud dividia a mente humana em três partes: Ego (o centro da consciência), Superego (o inconsciente que pondera os desejos do ser) e o ID (uma caixa de pandora instintiva). Entretanto, sou obrigado a discordar, pois com apenas duas divisões se pode compreender o Homem: A Racionalidade e a Irracionalidade.

Quando Irracional, o Homem é apenas um primata que não fere aos demais, não destrói seu meio e, assim como qualquer animal, só busca a sobrevivência e a perpetuação da espécie.

Entretanto, ao contrário do que se crê e fazem crer, o lado obscuro da mente humana é justamente a Racionalidade. Essa Racionalidade transforma o Homem, que é “bom por natureza”, em um ser destrutivo e auto-destrutivo. Faz deste ser uma espécie que calcula e planeja atos maléficos a si próprio e ao coletivo.

Deste modo, só posso crer que essa racionalidade nada mais é do que uma anomalia crônica, adquirida pela espécie ao se mutacionar de forma natural, e que foi repassada às gerações que se perpetuaram, pois esta é a única espécie capaz de se comunicar por meio de sinais sonoros, gráficos ou qualquer outra forma que conseguir, o que é uma anomalia no reino animal, de onde derivamos.

Essa Racionalidade só pode ser uma psicopatia, uma doença mental, posto que a mente controla o todo.

Que outro primata ensina, e de tantas formas, meios de matar, roubar, mentir, dissimular?

Por que esta espécie se prende às posses, às leis, ao lugar e a um Deus?

Quando Irracional, o Homem é livre, possui o Tudo que, enquanto racional, não possui.

Somente a Racionalidade é capaz de criar neuroses e psicoses, transforma a personalidade fleuma e boa em uma outra espécie que é naturalmente sóciopata e psicopata.

Já não é mais tempo da busca pela explicação da mente, mas sim, tempo de cercar uma forma de regressarmos ao melhor estágio, livres dessa doença mental. Tempo de descobrir um modo de ser Irracional, selvagem e bom por natureza.

Eduardo Cantos Davö