3 de setembro de 2011
Uma Semana Para Mudar
14:32
| Postado por
Eduardo Cantos Davö
|
Esta foi uma semana simbólica, uma semana para não ser esquecida. Nessa semana assistimos bestializados a consagração do desleixo estatal. Já não mais é possível ocultar o descaso do Estado com seu povo e seu território.
E para quem pensar que me refiro ao Berlusconi, ledo engano, o primeiro ministro italiano foi apenas o porta voz. Aqui, em terras tupiniquins, o descaso do poder Estatal prossegue infinitamente maior e pior que na Itália.
As condições de trabalho estão cada vez mais degradantes em todos os setores. Mais do que nunca em nossa história somos deflagrados por políticas públicas que insistem em diminuir a capacidade dos trabalhadores, amordaçando-lhos.
A greve, direito constitucionalmente assistido, é também constitucionalmente fajuta, pois impede certas classes da paralisação total. Mas, ainda é o único meio para os trabalhadores.
Nessa semana vimos os funcionários do serviço funerário da cidade de São Paulo cruzarem os braços em busca de condições melhores e salários, no mínimo, dignos. Assim também, os servidores da saúde do município que os acompanharam.
Há crise, claro! Mas mesmo com os corpos leixados à sorte, as autoridades públicas pressionam os trabalhadores se valendo da mão subordinada de um Judiciário burguês.
Os professores da rede pública estadual de São Paulo fizeram manifesto na sexta-feira, pois estes, construtores da base que sustenta um país, são deixados a mingua pelo poder Estatal. Adoraria ver qualquer Governador sobreviver com o salário de um professor da rede pública estadual!
Na quinta-feira, os bancários de Mato Grosso protestaram contra as atitudes autoritárias de certo banco de porte internacional, que os rechaça do direito à luta por condições melhores.
Nessa semana, a Fenaban rejeitou as reivindicações dos bancários por melhores condições, aumento salarial, garantia de emprego e a jornada de seis horas. Os banqueiros se pautam cada vez mais no lucro, e na maldita lei da oferta e da procura, posto que, quanto maior a taxa de desemprego, maior a mão de obra excedente. Com isso, ocorre a velha chantagem pela estabilidade no emprego que mantém os funcionários alienados ao seu valor. Dessa forma os grandes burgueses, embora tal expressão esteja em desuso, lucram com base no trabalho mal remunerado, num sistema de escravidão remunerada com migalhas. Eles se alimentam, como já disse em outra ocasião, da coisa mais perigosa que eles próprios plantam no trabalhador, aquele sonho de origem imperialista capitalista de que com o trabalho os funcionários chegarão à riqueza, à uma vida confortável, omitindo-lhos que enquanto trabalham e produzem lucros bilionários, terão sua renda igualmente, e mensalmente, minúscula.
Vejamos bem a questão do bancário, se em um dia de trabalho ele vender 10 capitalizações de 100 reais cada, isso significa um lucro de 1.000 reais. Agora, ponhamos isso durante um mês, e comparemos com o salário do bancário e poderemos ver a velha proposta de Marx sobre a mais-valia.
Sem contar todas as formas de pressão psicológica que os funcionários de todos os setores sofrem, seja a saúde, a educação, os bancários, a segurança pública e todos os outros.
Apenas um breve comentário, a situação da segurança no país é tão drástica porque mais do que nunca Thomas More é atual, pois o Estado continua criando seus bandidos para depois puní-los.
Essa semana, deixou claro que é o momento certo para realizarmos a proposta de Marx da negação da negação. É hora de ignorarmos as influências midiáticas que nos cegam, as palavras do Estado que a cada dia se importa menos. É hora, ou melhor, já passou da hora de deixar de sermos alienados.
Se todos os setores se mobilizarem e cruzarem os braços unidos, haverá um crise tão grande que o Estado e os grandes empresários cederão, posto a visão desesperadora para eles do lucro se esvaindo.
Capital para condições dignas ao trabalhador existe. O que falta é vergonha na cara!
Eduardo Cantos Davö
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- Eduardo Cantos Davö
- Músico, Escritor, Anarquista e estudante de Direito (embora seja paradoxal). Um idealista, em busca do compreendimento das cousas mais banais que nos rodeiam.
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