1 de março de 2010
"Pagu tem os olhos moles
uns olhos de fazer doer.
Bate-coco quando passa.
Coração pega a bater.
Eh Pagu eh!
Dói porque é bom de fazer doer. "
(Raul Bopp - Coco de Pagú)
Neste ano comemoraremos o centenário de uma das figuras mais polêmicas do século XX no Brasil. A mulher que militou por uma causa justa dentro da filosofia marxista, a revolucionária que pegou em armas e brigou um país mais justo, a feminista que doou sua alma


em prol dos direitos da mulher, a jornalista que entrevistou Freud e recebeu o primeiro gão de soja do Brasil, das mãos do próprio imperador da China, a artista anos luz a sua sociedade que chocou uma nação e teve seu livro "Parque Industrial" queimado pelo governo Vargas. Pagú (Patrícia Rehder Galvão) tem tantas faces, tantos lados, que descrevê-la seria quase impossível. 
Pagú escreveu em seu livro Parque Industrial a seguinte análise do proletariado brasileiro:  “Pelas cem ruas do Brás a longa fila matinal dos filhos naturais da sociedade. Filhos naturais porque se distinguem dos outros que tem tido heranças fartas e comodidade de tudo na vida. A burguesia tem sempre filhos legítimos. Mesmo que as esposas virtuosas sejam adulteras comuns”. Em pleno século XX o peso de tal sentença era chocante.
O bilhete abaixo a Oswald de Andrade, pai de seu filho Rudá.
Qual seria tal revolução? Buscava-se na época a queda de uma burguesia farta que impera até os dias de hoje. E você trabalhador, proletariado, continua à margem da sociedade quer queira, quer não. Não creio que a luta de Pagú tenha sido em vão, tão pouco a de Prestes, o cavaleiro da esperança, ou até mesmo a de Marx, mas para um mundo que estes sonharam é preciso lembrar o que Marx disse em seu famigerado Manifesto do Partido Comunista: "Proletários de todos os países, uni-vos!"
Comemoremos este centenário com reflexão da sociedade que nos ronda e a quem a oportunidade sorrir, leia Parque Industrial, um retrato de uma época de opressão que se perpetua quando ninguém se opõe, um triste Brasil dos anos 30, sem brilho algum.
Eduardo Cantos Davö

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Músico, Escritor, Anarquista e estudante de Direito (embora seja paradoxal). Um idealista, em busca do compreendimento das cousas mais banais que nos rodeiam.