4 de fevereiro de 2010
Contestadores
20:49
| Postado por
Eduardo Cantos Davö
|
De repente eis que surgem do nada, saltitando em minha cabeça milhões de contestações, diria eu até que se trata de cousa natural, visto que minha condição de criatura contestadora é incontestável...
Mas o grande paradoxo da mente e da sociedade humana é justamente seu antônimo, pois deverás tudo que há, todas as cousas mesmo, desde as mais simples às mais complexas e extraordinárias... Tudo é contestável... Até mesmo o ato de contestar é contestável...
E há situações controversas e contestáveis até mesmo nas mais puras histórias infantis, a exemplo de Robbin Hood, herói das crianças que o visam com olhos de homem íntegro que rouba dos injustos pra distribuir aos honestos... Mas ainda assim continua a ser um ladrão, mas um ladrão herói? Veja como as contestações podem atingir níveis extremos de controvérsias...
O Direito, por exemplo, é plenamente contestável, não apenas pelo fato disso ser sua essência, mas o ponto de vista mais comumente defendido e talvez tido por correto, pode não o ser, assim como pode... Tudo é uma questão inexorável é comprovada de que tudo é relativo, ou não...
A Arquitetura pode ser contestada, pois como bem dizem os provérbios, “quem ama o feio bonito lhe parece”, logo se julga de acordo com pré-definições pessoais e por vezes inaceitáveis a olhos alheios.
E nessa mesma linha de raciocínio, podemos chegar à plena convicção de que o pré-conceito é inquebrantável, pois se cada um tem seu certo e o certo de um pode ser, ou não, o certo de muitos, temos então uma situação de certo pra uns, errado pra outros e, com isso, geramos o pré-conceito.
Por mais desatinado que pareça a sociedade perfeita nunca existiu, não seria ela a democracia, sorrindo com louros de vitória da união particular somada ao cinismo cético que nos assola na farsa de que realmente existe democracia, pois democracia real não existe, afinal a maioria decide e a minoria, como boa minoria se cala e é oprimida pelos interessas dessa maioria democrática rançosa e mal pensada. Tampouco seria o comunismo, esse deveras não seria o sistema social que poria fim aos pré-conceitos, pois afinal de contas nele prevalece o certo de um... Apenas um. República, não seria também pois é o dualismo entre a democracia fingida e um liberalismo que não libera o todo, apenas parte pois sempre haverá o certo de um e o certo de outro. Nem monarquia, nem parlamentarismo... Nada resolveria nossa situação de contestadores da realidade, afinal em tudo há uma brecha para debater e expor outros pontos de vista que são inumeráveis...
Já que definitivamente não chegaremos à conclusão plausível para este ponto proponho por fim a saída ideal, a utopia paranóica de realidade imperfeita, quase perfeita: o anarquismo... Se não entramos num conceito exato de certo ou errado, até porque isso seria impraticável, vivamos então cada um dentro de nossa própria visão do mundo e nossas próprias questões incontestáveis até que a mente as conteste.
Eduardo Cantos Davö
Marcadores:Diversos
Assinar:
Postar comentários
(Atom)
Site Oficial
Conheça o site oficial de Eduardo Cantos Davö.
Postagens populares
-
Continuo a dizer aquilo que sempre cri, o Homem é pedante, os seres humanos são assustadores e irracionais, de uma fealdade ininteligível. ...
-
E’ triste ver no que nos transformamos! Nos últimos três anos estive em duas instituições de ensino superior e vejo consternado o quão e’ r...
-
E eis que um dia nasceu o Tempo, aquém do próprio tempo que se faz em mente, não um Khronos mitificado, nem se sabe ao certo o que era, mas...
-
Sim, de fato, novamente me afastei do blog por um longo período. Estes períodos de hiato são fundamentais para quem se atreve a observar a ...
-
É fato que espectro maior que o Estado não há e, para comprovarmos tal fato, basta mirá-lo por diversos prismas, que não os vendidos pelo p...
Visitas
Translate
Tecnologia do Blogger.
Marcadores
Autor
- Eduardo Cantos Davö
- Músico, Escritor, Anarquista e estudante de Direito (embora seja paradoxal). Um idealista, em busca do compreendimento das cousas mais banais que nos rodeiam.
0 comentários:
Postar um comentário