4 de fevereiro de 2010
De repente eis que surgem do nada, saltitando em minha cabeça milhões de contestações, diria eu até que se trata de cousa natural, visto que minha condição de criatura contestadora é incontestável...
Mas o grande paradoxo da mente e da sociedade humana é justamente seu antônimo, pois deverás tudo que há, todas as cousas mesmo, desde as mais simples às mais complexas e extraordinárias... Tudo é contestável... Até mesmo o ato de contestar é contestável...
E há situações controversas e contestáveis até mesmo nas mais puras histórias infantis, a exemplo de Robbin Hood, herói das crianças que o visam com olhos de homem íntegro que rouba dos injustos pra distribuir aos honestos... Mas ainda assim continua a ser um ladrão, mas um ladrão herói? Veja como as contestações podem atingir níveis extremos de controvérsias...
O Direito, por exemplo, é plenamente contestável, não apenas pelo fato disso ser sua essência, mas o ponto de vista mais comumente defendido e talvez tido por correto, pode não o ser, assim como pode... Tudo é uma questão inexorável é comprovada de que tudo é relativo, ou não...
A Arquitetura pode ser contestada, pois como bem dizem os provérbios, “quem ama o feio bonito lhe parece”, logo se julga de acordo com pré-definições pessoais e por vezes inaceitáveis a olhos alheios.
E nessa mesma linha de raciocínio, podemos chegar à plena convicção de que o pré-conceito é inquebrantável, pois se cada um tem seu certo e o certo de um pode ser, ou não, o certo de muitos, temos então uma situação de certo pra uns, errado pra outros e, com isso, geramos o pré-conceito.
Por mais desatinado que pareça a sociedade perfeita nunca existiu, não seria ela a democracia, sorrindo com louros de vitória da união particular somada ao cinismo cético que nos assola na farsa de que realmente existe democracia, pois democracia real não existe, afinal a maioria decide e a minoria, como boa minoria se cala e é oprimida pelos interessas dessa maioria democrática rançosa e mal pensada. Tampouco seria o comunismo, esse deveras não seria o sistema social que poria fim aos pré-conceitos, pois afinal de contas nele prevalece o certo de um... Apenas um. República, não seria também pois é o dualismo entre a democracia fingida e um liberalismo que não libera o todo, apenas parte pois sempre haverá o certo de um e o certo de outro. Nem monarquia, nem parlamentarismo... Nada resolveria nossa situação de contestadores da realidade, afinal em tudo há uma brecha para debater e expor outros pontos de vista que são inumeráveis...
Já que definitivamente não chegaremos à conclusão plausível para este ponto proponho por fim a saída ideal, a utopia paranóica de realidade imperfeita, quase perfeita: o anarquismo... Se não entramos num conceito exato de certo ou errado, até porque isso seria impraticável, vivamos então cada um dentro de nossa própria visão do mundo e nossas próprias questões incontestáveis até que a mente as conteste.


Eduardo Cantos Davö

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Músico, Escritor, Anarquista e estudante de Direito (embora seja paradoxal). Um idealista, em busca do compreendimento das cousas mais banais que nos rodeiam.