28 de dezembro de 2010
Mais uma Vez Dezembro
16:04
| Postado por
Eduardo Cantos Davö
|
Mais uma vez dezembro, tempo do cinismo imperante e de plena atividade da mais calhorda corrupção mental, espécie rara de lavagem cerebral, promovida anualmente pelas mais diversas seitas religiosas cristãs e, acima de qualquer cousa, pelo capitalismo, o verme que corrói as cernes frias desse ocidente putrefato.
É o período da celebração da mentira, dos brindes a falsidade humana, da crença desesperada em algum ser superior que recompense os bons e dilacere os maus, a fé na existência de um novo tempo de paz e de felicidade.
Feliz 2011!
Quanto à paz, é inegável que apenas se prega por questões morais, se é que isto ainda existe, pois depois de primeiro de janeiro promovemos a mesma velha guerra que impera contra as diferenças religiosas, raciais, e tudo mais que já bem se sabe. Não obstante disso, a felicidade é cousa ficta, invenção que mantém a classe dominada entretida em busca de uma plena felicidade egoísta, porque esta felicidade que se busca é apenas para si e que se dane o mundo. Essa busca pela felicidade própria cega o mundo, torna-o inerte face as barbáries cometidas pelo regime vigente em todo o mundo, e enquanto os miseráveis trabalham em prol não de si, mas da classe dominadora, se julga feliz e permanece buscando cada vez mais felicidade, produto que se vende como toda a sociedade se vende. Somos todos como bois amarrados ou meros escravos não de senhores de engenho, não somos vassalos de senhores feudais, somos meros escravos acoitados não mais pelo velho algoz de chibata na mão, somos drasticamente feridos e mantidos cegos e atados ao capital.
Feliz 2011!
Quanto à paz, é inegável que apenas se prega por questões morais, se é que isto ainda existe, pois depois de primeiro de janeiro promovemos a mesma velha guerra que impera contra as diferenças religiosas, raciais, e tudo mais que já bem se sabe. Não obstante disso, a felicidade é cousa ficta, invenção que mantém a classe dominada entretida em busca de uma plena felicidade egoísta, porque esta felicidade que se busca é apenas para si e que se dane o mundo. Essa busca pela felicidade própria cega o mundo, torna-o inerte face as barbáries cometidas pelo regime vigente em todo o mundo, e enquanto os miseráveis trabalham em prol não de si, mas da classe dominadora, se julga feliz e permanece buscando cada vez mais felicidade, produto que se vende como toda a sociedade se vende. Somos todos como bois amarrados ou meros escravos não de senhores de engenho, não somos vassalos de senhores feudais, somos meros escravos acoitados não mais pelo velho algoz de chibata na mão, somos drasticamente feridos e mantidos cegos e atados ao capital.
Felicidade, termo romântico seja em sua forma arcaica ou hodierna, entretanto como se pode ser feliz, plenamente feliz, se a cada dia somos mais explorados, se o pobre aposentado que deu lucro a vida toda para alguns, não recebe nem mesmo o suficiente para seus remédios? Como podemos ser felizes sabendo que centenas, e milhares de centenas, morrem de fome, choram do pranto por não ter o que comer? Como podemos ser felizes com toda desgraça, com toda fome, com toda seca, com todas as dores e filas intermináveis nos hospitais, com os homicidas soltos e com os verdadeiros ladrões sugando o pouco dos que já não tem nada, em seus digníssimos ternos de linho, festejando na esplanada?
Para ser feliz neste mundo é necessário ou muita ignorância ou estado de demência, pois em sã consciência é impossível. Vendemos a terra, a comida, o amor, a felicidade. Vendemos até Deus, pior que isso, nos vendemos, pois nesta sociedade vale acima de tudo o verbo ter. Pobre Descartes, que novamente cito, pois nesta era devemos trocar sua celebre verdade cartesiana por: “tenho, logo existo!”.
E assim como em todo dezembro, esquecemos qualquer sentimento bom, pois o que vale é comprar. Comprar lembranças, presentes, a mesa farta, comprar o modo de vida que nos vendem. Esqueçamos a fé, esqueçamos Deus, sua disponibilidade é para quem o pode comprar.
Não me foge da idéia uma outra coisa, pois se há um inferno como tanto se prega, tenhamos ciência de que quando essa classe dominante for para lá terminarão por escravizar o próprio demônio, arrendarão todo o inferno, venderão os terrenos e criarão o “infernal way of life”. Tudo isso ao apresentar ao capeta algo bem simples e que conhecemos bem: o capital e o liberalismo smithiano.
Vendamos logo nossas ultimas gotas de esperança, antes que o valor delas seja irrisório demais.
Eduardo Cantos Davö
Assinar:
Postar comentários
(Atom)
Site Oficial
Conheça o site oficial de Eduardo Cantos Davö.
Postagens populares
-
Continuo a dizer aquilo que sempre cri, o Homem é pedante, os seres humanos são assustadores e irracionais, de uma fealdade ininteligível. ...
-
E’ triste ver no que nos transformamos! Nos últimos três anos estive em duas instituições de ensino superior e vejo consternado o quão e’ r...
-
E eis que um dia nasceu o Tempo, aquém do próprio tempo que se faz em mente, não um Khronos mitificado, nem se sabe ao certo o que era, mas...
-
Sim, de fato, novamente me afastei do blog por um longo período. Estes períodos de hiato são fundamentais para quem se atreve a observar a ...
-
É fato que espectro maior que o Estado não há e, para comprovarmos tal fato, basta mirá-lo por diversos prismas, que não os vendidos pelo p...
Visitas
Translate
Tecnologia do Blogger.
Marcadores
Autor
- Eduardo Cantos Davö
- Músico, Escritor, Anarquista e estudante de Direito (embora seja paradoxal). Um idealista, em busca do compreendimento das cousas mais banais que nos rodeiam.
0 comentários:
Postar um comentário