11 de setembro de 2010
As pessoas nunca deveriam nascer, este é o delito mor do ser humano, ou pelo menos não deveriam nascer nestes tempos modernos.
Hoje vivemos a era do politicamente correto, que de correto é só o termo, nos tornamos frios, calados, cínicos, dissimulados. Evitamos termos pelo temor do preconceito, gerando mais do mesmo, pois o fato de utilizar um termo considerado pejorativo poderá ser até mesmo carinhoso. Pior que isso são os atos que cometemos, o cinismo nos corrói!
Vivemos a era do egoísmo, tão forte se faz presente, que nos esquecemos dos demais entes do mundo ao redor. Pensamos demasiadamente no “eu”. “Eu fiz...”; “Eu falei...”; “Eu tenho...”. A maior pena é termos esquecido o único “eu” que realmente importa: “Eu sou”.
Na sociedade consumista que se instaurou no século XXI, por definitivo, o “ser” não supera o infinitivo “ter”, e quanto mais se tem mais se quer. De nada mais importa ser inteligente, sentir o mundo como se sente: uma dor terrível de o ver demente. E tudo se compra! A comida, a terra, a honra, a verdade, a própria honestidade está à venda no mercado de nós mesmos. Somos paradoxais, livres e ao mesmo tempo peças à venda, como escravos, não mais a mercê de senhores de café, mas do próprio capital.
E aos poucos substituímos nossas almas por máquinas, processadores poderosos que acatamos, esquecendo que nossas mentes os criaram e que possuímos alguma forma de inteligência. Deixamos de entender, de agir, contestar... E pior que isso: deixamos de sentir.
Sentir o aroma do vento, a chuva no rosto, os pés na terra molhada. Deixamos de sentir esperança, nos tornando, também, máquinas. Sempre programados para sorrir, trabalhar, dizer sim, comprar, comprar. Sem jamais sentir!
Este é o mundo que criamos com nossos próprios braços, com ferro, fogo, laço, com o suor de nossos rostos e com todos os nossos traços. Transformamo-nos nestes monstros: alienados, burros e pré-programados.


Eduardo Cantos Davö

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Músico, Escritor, Anarquista e estudante de Direito (embora seja paradoxal). Um idealista, em busca do compreendimento das cousas mais banais que nos rodeiam.