1 de setembro de 2010
Não Há Nada Mesmo a Comemorar
23:32
| Postado por
Eduardo Cantos Davö
|
Um dos maiores dilemas de quando se começa a pensar em demasia é a certeza que se origina do pensamento, certeza essa que agimos pouco em face das atrocidades que estão mais próximas, tão próximas que teimamos em não enxergar, por que nos amarra a venda negra, nos cegando, prende um nó na garganta ao ver o asqueroso mundo moderno, e isso nos cala, e aos poucos também nos torna surdos aos gritos de uma nação que já moribunda teima em sobreviver mais um dia. Aí surge o mais desesperante fator, nossa ignorância e nossa inércia. No mundo contemporâneo há uma forma pré-moldada onde todos os “pseudo-cidadãos” devem se encaixar, ainda que não se encaixem, ainda que relutem contra as barbáries dessa sociedade “civilizada” que age de forma bárbara, no pior sentido da expressão.
É degradante o show dramatúrgico de qualidade questionável promovido pelo Horário Eleitoral Gratuito, vemos uma salada mista de frutas e palhaços que pensam ter algum conhecimento jurídico para criar e revogar as leis que assegurarão nossos direitos e engolimos a seco um espetáculo de promessas juridicamente impossíveis e a boa e velha mostra dos milagres operados pelos candidatos, boas e velhas mentiras, mas sem a qualidade das mentiras de antigamente, quando havia tanta convicção nas palavras destes que nós, meros seres pré-moldados, quase acreditávamos.
Mas afinal de contas qual é o mundo que essa sociedade quer? Esse ano a aprovação da Medida Provisória nº 458 consagrou o escárnio promovidos por nossos Nobres Senadores. Essa MP vai à contramão do que o mundo moderno espera, dispondo sobre a regularização fundiária das ocupações de terras no âmbito da Amazônia Legal, trocando em miúdos, agrava ainda mais a situação ambiental brasileira.
Ser cidadão, no sentido etimológico da palavra, significa é claro, ter direitos, mas não adianta apenas ter as garantias fundamentais que a Constituição Federal assegura em seu artigo 5º. Para ser um Cidadão, pleno, é fundamental conhecer as obrigações que o título traz consigo, a obrigação fundamental é verificar as ações de seus representantes no Senado, na Câmara dos Deputados e, também, no Executivo, pois como dispõe a própria Constituição: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes ou diretamente [...]”. Então exerça o seu direito, verifique periodicamente o seu representante faz. É claro que isso não é fácil, não numa sociedade que não forma um geração pensante e questionadora. Para tanto é imprescindível que se invista na educação, formando o pensamento desde as bases, para que no futuro estes tenham consciência da importância do título de Cidadão.
Nós precisamos perder o hábito, ou pior, o vício de esperar uma mudança miraculosa cair do céu em nossos braços, crente apenas no amanhã. Precisamos modificar o que não está a contento no agora, haja vista que o amanha é mera projeção de nossas mentes e pode sequer existir. Comecemos então a pensar melhor, não a pensar no mundo que queremos viver amanhã, mas no mundo que queremos para nossas vidas no agora.
Eduardo Cantos Davö
Marcadores:Política
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- Eduardo Cantos Davö
- Músico, Escritor, Anarquista e estudante de Direito (embora seja paradoxal). Um idealista, em busca do compreendimento das cousas mais banais que nos rodeiam.
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